A catarata é a opacificação do cristalino, a lente do interior dos olhos. Ocorre geralmente nos dois olhos, provocando a diminuição da visão progressivamente com embaçamento. Pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas é mais frequente iniciar após os 40 anos de idade. A catarata é responsável por 50% dos casos de cegueira do mundo. Estima-se que em 50% das pessoas de 60 anos já seja necessária a realização da cirurgia e em quase 100% dos maiores de 80 anos. Em razão da crescente expectativa de vida resultando no aumento da população idosa no mundo, estima-se que a prevalência de cegueira por catarata deva ser duplicada até o ano 2020. Considerando ser a catarata condição passível de recuperação por meio de tratamento cirúrgico, inúmeros são os estudos, trabalhos, técnicas, aparelhos e instrumental cirúrgico desenvolvidos para a realização da cirurgia.
Longas internações, anestesia geral, série de cuidados pós-operatórios e medicação sistêmica, uso de óculos com lentes de alto grau já que não havia implantes intraoculares.
A incisão diminui de 14 mm para 10 a 12 mm Na década de 80 aparecem os primeiros implantes intraoculares com lentes rígidas.
Técnica mais moderna, a facoemulsificação passa a ser rotina. Apesar de ser possível retirar o cristalino doente por incisões de 3,75 mm, os implantes ainda exigiam incisões de 6 mm pois as lentes ainda eram rígidas.
Chegam as lentes dobráveis mudando profundamente a técnica cirúrgica. Agora, apesar de complexo, o procedimento passa a ser realizado com anestesia local, alta do paciente horas depois da cirurgia e melhores resultados alcançados.
Evolução das lentes intraoculares permite incisões cada vez menores e ainda a correção refracional, levando à menor dependência dos óculos.
Hoje, lidamos com maior segurança cirúrgica e um tempo de procedimento cada vez menor, já inferior a dez minutos, com anestesia por bloqueio peribulbar ou tópica, através de incisões com cerca de 2,2 mm, implantando-se, após a aspiração do cristalino, lentes dobráveis para a correção do erro refracional.
Além da evolução das lentes e técnicas, equipamentos cada vez mais precisos estão surgindo. Os equipamentos auxiliam na coleta de dados sobre o olho, na marcação das incisões, na “quebra” do cristalino cataratoso e sua posterior aspiração e no posicionamento ainda mais preciso das lentes intraoculares, tudo para que se obtenha uma recuperação pós-cirúrgica mais rápida e com um menor índice de complicações e resultados melhores na qualidade da visão.
Com a evolução dos métodos e materiais cirúrgicos próprios para a extração da catarata, os riscos de sequelas e/ou possíveis inflamações pós-cirúrgicas tornam-se consideravelmente inferiores devido a rápida cicatrização do ferimento provocado, trazendo conforto ao paciente e segurança para cirurgião.
O diagnóstico da catarata é muito fácil. Quando o médico oftalmologista examina seu paciente pelo biomicroscópio, ele é capaz de dizer se há ou não catarata.
Uma vez diagnosticada a catarata, e comprovada que há diminuição da visão, o médico Oftalmologista solicitará exames oftalmológicos complementares para avaliar se há necessidade de intervenção cirúrgica para a correção da catarata, seu prognóstico e quais são os tipos de lentes intraoculares disponíveis para serem implantadas.
A facoemulsificação é a técnica mais utilizada para a realização de cirurgia de catarata nas melhores clínicas. A técnica consiste na quebra e aspiração do cristalino com o uso do ultrassom. O facoemulsificador é a máquina que controla o tipo e intensidade do ultrassom, o vácuo, a aspiração e diversos outros parâmetros, definidos previamente pelo médico cirurgião. O facoemulsificador possui uma caneta de titânio, que é a extensão da mão do médico cirurgião no interior do olho operado.
A grande vantagem da cirurgia por facoemulsificação está na sua segurança e na recuperação pós-cirúrgica mais rápida. Quanto menor a incisão, mais rápida será a recuperação. Antigamente, esperava-se a catarata ficar “madura” para ser removida do olho. Isso porque o cristalino com catarata era sacado de uma só vez do interior do olho, e quanto mais duro, mais fácil era a cirurgia, pois o cristalino sairia inteiro.
Hoje, o movimento principal da cirurgia por facoemulsificação é aspirar o cristalino no interior do olho. Quanto mais mole, ou seja, o quanto antes operar, mais fácil é o procedimento. A catarata de um paciente aos 65 anos é obviamente menor do que aos 80 anos, e este mesmo olho aos 65 anos é mais saudável do que aos 80 anos. Uma vez aspirado o cristalino com catarata, não haverá uma segunda catarata no mesmo olho.
A implantação da lente que substituirá o cristalino deve permitir não apenas a focalização das imagens, mas contar com diversos modelos e materiais para melhor se adequar à sua finalidade e ao caso do paciente. Podemos dizer que hoje existem basicamente dois grandes grupos de LIO: As nacionais e as importadas.
A lente conhecida como “nacional” é produzida em um material chamado polimetilmetacrilato (PMMA), um tipo de acrílico rígido. Existe há mais de 20 anos. É capaz de corrigir a catarata mas não consegue corrigir totalmente o erro refracional. Sua grande vantagem é o preço: são baratas. Obrigatoriamente, após a cirurgia, um paciente que implanta uma lente de PMMA utilizará óculos para longe e/ou para perto. Possui 6 mm de diâmetro. Seu grande inconveniente está na recuperação pós-operatória, pois por ser uma lente rígida, sem capacidade de ser dobrada, incisões maiores que 7 mm são necessárias. Quanto maior a incisão, maior a quantidade de pontos para fechá-la. Geralmente são feitos de quatro a seis pontos para o fechamento completo, e requer que o paciente fique no mínimo dois meses sem fazer esforço ou pegar peso enquanto a incisão está cicatrizando. Antes de dois meses, nenhum ponto deve ser retirado pelo risco de abrir a incisão novamente.
Existem alguns fabricantes brasileiros produzindo lentes dobráveis monofocais esféricas, utilizando como material para a sua confecção o silicone ou o acrílico hidrofílico. São tecnologias atuais para a indústria brasileira, mas bem obsoletas para os padrões americanos e europeus. São lentes dobráveis, porém mais espessas que não conseguem compensar as distorções produzidas pela córnea do paciente (o termo técnico para as distorções é “aberrações corneanas”) e que muitas vezes provocam maior reação inflamatória no pós-operatório, com relatos na literatura especializada de opacificações das lentes dentro do olho após vários anos de operado, flutuação na refração no pós-operatório e maior índice de opacificação da cápsula posterior. As lentes conhecidas como “importadas” são as lentes asféricas dobráveis feitas em acrílico hidrofóbico. As lentes asféricas conseguem corrigir as distorções corneanas produzindo uma imagem mais nítida. São as lentes mais finas disponíveis. Mesmo tendo 6 mm de diâmetro conseguem dobrar e entrar no olho através de incisões de 2,2 mm (também chamadas “micro-incisões”), ou seja, incisões muito menores que as realizadas para as lentes de PMMA e as lentes monofocais esféricas. Para serem liberadas para o uso em humanos são avaliadas e testadas por organizações internacionais rígidas de controle de qualidade como o FDA (Food and Drug Administration do governo dos Estados Unidos) e a EMA (Agência Européia de Medicamentos). Uma vez importadas para o Brasil, para serem implantadas aqui também precisam ser avaliadas e testadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A necessidade de resultados refracionais cada vez mais precisos resultou na criação das lentes intraoculares (LIO) premium, que fazem parte do grupo das lentes importadas.
São elas:
monofocal asférica
Estas compensam distorções produzidas pela córnea corrigindo a visão de longe tornando a visão mais nítida após a cirurgia. São implantadas através de micro-incisões de 2,2 mm. Por ser monofocal, esta lente NÃO elimina os óculos para perto após a cirurgia.
monofocal tórica
São lentes asféricas também implantadas por micro-incisões de 2,2 mm. Específicas para pacientes com astigmatismo corneano acima de 1 grau, são capazes de substituir o cristalino cataratoso, compensam as distorções produzidas pela córnea e corrigem o astigmatismo regular entre 1,0 e 9,0 dioptrias. Estas lentes costumam diminuir muito a necessidade dos óculos para longe nos pacientes portadores de astigmatismo, mas o para perto ainda é necessário.
multifocal
Possuem ótica asférica, difrativa e apodizada, levando à independência total dos óculos em 85% dos casos. Desenvolve bom foco para longe e perto. São implantadas através de micro-incisões de 2,2 mm.
tri-focal
Consideradas as lentes mais modernas atualmente. Com estrutura semelhante às lentes multifocais, conseguem definir bem três focos: longe, intermediária e perto, levando à independência total dos óculos em 90% dos casos. São implantadas através de micro-incisões de 2,2 mm.
Colírios a serem iniciados dois dias antes da cirurgia, nos dois olhos:
Esses colírios serão usados durante 15 dias nos horários acima, e terão sua frequência aumentada ou reduzida durante as revisões de pós-operatório no consultório médico, de acordo com a necessidade de cada paciente conforme indicação do seu oftalmologista.
Lembretes Importantes
Em caso de dúvidas ou para mais informações, entre em contato com a nossa recepção pessoalmente ou pelos telefones (21) 3043-0600 | 9.9974-8659.
É obrigatória a presença de um acompanhante adulto, lúcido e responsável, permanecendo desde a chegada até a saída do paciente.
Após a alta do paciente, todas as orientações referentes aos cuidados pós-cirúrgicos e as avaliações clínicas serão fornecidas pelo seu próprio Oftalmologista.
1) Pré-operatório bem feito com todos os exames oftalmológicos necessários, feitos nas mais modernas máquinas e com profissionais competentes. Diminui surpresas como cristalinos sub-luxados, fragilidades zonulares e permite diagnósticos de outras patologias oculares que possam estar presentes. As mais comuns são patologias corneanas e retinianas.
2) Avaliação cardiológica e laboratorial completa, visando controle de doenças sistêmicas como hipertensão arterial, diabetes, bronquite, infecção urinária, etc…. Diminui o risco de hemorragias e infecções.
3) Profilaxia no pré-operatório com antibiótico tópico de quarta geração e anti-inflamatórios. Diminui o risco de infecções, melhora a dilatação da pupila durante a cirurgia, protege a retina diminuindo a incidência de edema macular no pós-operatório.
4) Utilizar, durante o procedimento cirúrgico, a mais alta tecnologia disponível seja em materiais, medicamentos e equipamentos, com equipe cirúrgica treinada e experiente em cirurgias oftalmológicas, com todas as técnicas necessárias para assepsia e anti-sepsia. Cabe observar que hoje os materiais empregados na cirurgia são, na sua maioria, descartáveis, de uso único. Diminui o risco de infecção, diminui a chance de acidentes durante a execução do procedimento. Hoje a cirurgia de catarata já pode ser realizada com auxílio de computador conectado ao microscópio cirúrgico aumentando sua precisão.
5) Usar os colírios como prescritos e comparecer às revisões programadas. Diminui o risco de inflamação, hipertensão ocular pós-operatória e infecção.
6) Manter o resguardo necessário para a recuperação. Diminui o risco de inflamação e infecção e contribui para a recuperação.
7) Participação do acompanhante durante todo o processo. A maioria dos pacientes com catarata está na terceira idade. Uma cabeça mais jovem pode auxiliar no entendimento e execução de todo o procedimento desde o pré-operatório até o final do pós-operatório.